domingo, 17 de março de 2013

Qual o seu real compromisso?


Um jovem paulistano estava longe de sua cidade, em um congresso para profissionais em administração de empresas e afins. Administrador dos mais competentes, estava empolgado com a viagem e as oportunidades de aprendizado e negócios, por causa dos contatos que o evento de 1 semana lhe proporcionaria.
Numa cidade litorânea do Nordeste brasileiro de grande apelo turístico, os participantes foram hospedados num grande hotel à beira-mar, onde também ser realizavam as palestras e cursos.
Já nos primeiros eventos, uma moça de outro estado estava sempre por perto. Sentada a pouca distância dele, sempre o admirava. No almoço, já conversavam. No jantar, com outros participantes, a jovem demonstrava interesse no rapaz. Ele a tratava com educação, mas não passava disso.
À noite, no quarto do jovem, a tevê estava ligada, mas ele não prestava muita atenção. Com os dedos da mão direita, acariciava e admirava a aliança dourada que tinha na esquerda. Havia alguém em São Paulo que o esperava.
De fato, muitos contatos com potenciais parceiros de negócios aconteceram naqueles dias. Os cursos demonstravam ser ainda mais interessantes do que o jovem de São Paulo imaginava. Ele estava aprendendo muito.
Inclusive sobre ele mesmo.
A jovem que demonstrara interesse se aproximava cada vez mais. Dava um jeito de estar com ele sempre que não havia alguém por perto. Ele desconversava. Entendia muito bem o que acontecia, mas conseguia manter a sensatez. Notou que, na mão direita dela, uma aliança também se fazia presente. A moça era bonita, inteligente, muito atraente em vários sentidos. E nitidamente queria algo com ele, que nada tinha a ver com palestras e oficinas.
Nessa de se fazer de desentendido, o tempo foi passando.
Na última noite do congresso, uma grande festa foi oferecida aos participantes. Não foram poucos os casais formados quase de improviso. O jovem paulistano terminou de comer algo e se levantou, despedindo-se do pessoal. Seu voo sairia cedo no dia seguinte e queria descansar após uma semana bem movimentada. A jovem que se insinuara o tempo todo, de outra mesa, se levantou e o acompanhou.
No elevador, ela tomou a iniciativa:
– Acho que chegou a hora de irmos para o quarto.
– Sim. Eu esperei por esse momento o dia inteiro.
– Sério? – Disse ela, com um sorriso que demonstrava suas intenções e um pouco do grau etílico do que havia bebido.
– Claro que sim!
– Posso saber o motivo? – Perguntou e foi se aproximando.
Ele, sem sarcasmo ou sem bancar o superior, sempre educado:
– Claro! É a hora em que minha esposa chega da faculdade e conversamos por telefone, para matarmos a saudade e vermos se está tudo bem um com o outro.  O melhor é que amanhã não precisaremos telefonar para isso.
A moça mudou de expressão e interrompeu os passos em direção a ele.
O jovem, ao sair, desejou uma boa noite à moça – que não respondeu, olhando para o painel do elevador.
Não depende das circunstâncias
A história acima mostra algo que deveria ser muito simples entre um casal. Mostra compromisso.
O jovem não deixou de cumprir seus deveres de marido só porque estava longe. Continuou com sua esposa, honrando-a como tal, mesmo em sua ausência.
Não é difícil imaginar seu contentamento ao chegar em casa, matar toda a saudade de sua amada e, ao se deitar com ela ao fim do dia, poder senti-la perto sem a necessidade de esconder algo, já que a consciência estava leve. Se houvesse algo errado com ele, ela sentiria. No entanto, abraçados ali na cama, o sono veio, bom e tranquilo.
A história é real. Como real deve ser o compromisso. Mas, não só o compromisso com a esposa, o marido, os noivos, os namorados.
O compromisso com Deus.
Muitos até acham que estão comprometidos com Ele. Falar “eu te amo” para a esposa ou o marido é a coisa mais fácil do mundo. Amá-los de verdade, honrá-los, é outra coisa, bem diferente. Há quem diga que ama todo dia, e mesmo assim deixa um intruso ou intrusa tomar um lugar no casamento que não pertence a eles.
Falar que é de Deus também é fácil. Mas ser separado para Ele de verdade...
O compromisso com Deus também é 24 horas por dia. Ele nos protege, nos guia, nos fortalece e supre nossas necessidades, pois também está comprometido conosco. Mas, e de nossa parte? O que devemos cumprir?
No compromisso entre um casal, há direitos e deveres que, respeitados, proporcionam a ambos um casamento realmente feliz, e não só uma união cômoda, como muitos têm.
No compromisso com Deus, também há alguns elementos que devemos observar.
A renúncia, por exemplo. Renunciamos à nossa vontade para pôr a dEle em primeiro lugar. Renunciamosà carne e suas inclinações pecaminosas – mesmo que o jovem tenha sentido vontade de ter algo com a moça do hotel, seu amor pela esposa distante e a seriedade com que encarava seu casamento os ajudaram a se manter firme. Ele não pôs seu casamento a perder por causa de uma atitude precipitada e nem deixou de aproveitar o evento que tanto esperara e lhe renderia frutos profissionais.
A disciplina é outro elemento. Um casamento requer certas atividades entre o casal, que mantêm a relação aquecida e forte. Um cristão disciplinado ora, medita na Palavra, jejua, se enche do Espírito Santo e frequenta as reuniões na igreja. E tudo isso movimenta e desenvolve sua fé.
O compromisso com Deus é determinado pelo amor ao Senhor Jesus e a valorização de Seu sacrifício na cruz por nós. Pelos dons que recebemos do Espírito Santo – e usamos! E pela consciência de que fomos chamados por Ele.
E, como compromisso, devemos cuidar dessa relação com Deus. Não ocupar o tempo que deveria ser dEle com outras coisas.
Resistir a uma mulher atraente é um grande esforço para muitos homens. O jovem administrador da história acima pode até ter precisado de muita força também. A diferença é que a força que encontrou não era dele, mas de Deus. Ele, por estar comprometido com o Senhor Jesus, pôde contar com essa força e pôde reentrar em seu lar em São Paulo como um homem de verdade. Honrado, de consciência limpa. E cheio de uma saudade verdadeira, e não um sentimento falso de preencher suas necessidades com alguém que lhe dava uma vida cômoda.
   Podemos não só entender melhor esse compromisso com Deus em um plano mais geral, mas também analisar como está a nossa relação pessoal com Ele.
De perto e de longe, na igreja ou fora dela.
Este é o verdadeiro compromisso de sua vida.

Arca

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