segunda-feira, 17 de agosto de 2015

O que a luta entre Ronda e Bethe pode nos ensinar

 A lutadora norte-americana Ronda Rousey (Foto ao lado), de 28 anos, deu uma aula sobre como manter o foco ao defender o título da categoria peso-galo do UFC diante da desafiante brasileira Bethe Correia (foto abaixo), de 32 anos, no Rio de Janeiro. E vale levar o exemplo desse confronto para nossas vidas. 
Mas por quê?
A lutadora norte-americana passou por uma série de problemas até chegar a esse momento. E a adversária brasileira fez questão de ressaltar essas dificuldades para minar a confiança de Ronda e provocá-la. “Na verdade, sou muito mais forte, venho de um país subdesenvolvido, onde as pessoas lutam para sobreviver, para não passar fome. É muito diferente da realidade de vida dela. Sob pressão, ela está se mostrando fraca. Quando mamãe botou pressão, fugiu de casa. Quando perdeu, foi para as drogas. Até compulsão de comida ela já teve. Isso não é uma super-heroína”, disse Bethe, antes da luta.

O embate
Não satisfeita, a música escolhida por Bethe para a entrada no octógono mandava beijinhos no ombro e desejava vida longa às inimigas para que vissem a sua vitória. A pressão sobre Ronda aumentou ainda mais com a torcida brasileira cantando em coro. Mas a norte-americana manteve o silêncio e o foco. Ela caiu várias vezes em sua vida e sabendo da dor da queda não queria que o mesmo acontecesse diante da brasileira. Naquele momento, Ronda mostrou o que era preciso para ganhar. Ao soar do gongo, partiu para cima de Bethe, sem dar chance à oponente. Sua investida durou exatos 34 segundos. Depois de uma saraivada de golpes, a brasileira foi à lona. Perdeu pela primeira vez na carreira e foi humilhada diante da torcida.

A resposta
Na entrevista coletiva, após derrotar Bethe, Ronda comentou o que disse à brasileira depois da luta: “Eu disse a mesma coisa que ela falou para mim na hora da pesagem. Virei para ela depois que a nocauteei e falei ‘Não chore’.” Esta é a síntese da vencedora. Ronda já deve ter chorado muito, mas, mesmo com as provocações de Bethe, manteve-se impassível. Sua vitória não foi conquistada com frases de efeito, mas com a atitude vencedora de quem se preparou. Uma lição para Bethe e para nós. Afinal, todos têm tarefas e responsabilidades e ninguém é apenas um observador da vida. Quem se coloca à parte dela, não vive, pois as adversidades nos testam a todo tempo. Aqueles que conseguem passar por elas, em geral, respondem às provocações mantendo o foco em seus objetivos. Seus argumentos são outros. Falam pouco e agem muito. O resultado é um só: são vencedores.