sábado, 19 de janeiro de 2013

Os judeus negros que habitam a Terra Santa


Saiba quem são eles


Em 1984, o governo israelense, com a ajuda da polícia secreta do país, o Mossad, decidiu dar fim ao sofrimento de milhares de judeus negrosque viviam na Etiópia sob o terrível regime do ditador Mengistu Haile Mariam.
Mas, antes de continuar a contar sobre o resgate, é preciso esclarecer alguns pontos. Para quem vive no Brasil, onde a comunidade judaica é composta maciçamente por judeus ashkenazim, caucasianos oriundos do Leste Europeu, é difícil imaginar judeus negros, que são, acima de tudo, reconhecidos e respeitados pelo governo de Israel como cidadãos daquele país.
Quem são eles?
Os falashas, nome dado aos judeus etíopes, foram descobertos por viajantes britânicos, em 1860, quando, em uma viagem à Etiópia, conheceram membros de uma comunidade que respeitavam o sábado e mantinham leis e rituais contidos na Torah. Acreditou-se, então, que eles eram membros de uma das doze tribos hebraicas, descendentes do rei Salomão e da rainha de Sabá.
Operação Moisés
Voltando ao resgate. Em novembro de 1984, o governo de Israel, apoiado pelo Mossad, realizou a Operação Moisés, que em 45 dias resgatou etíopes que chegavam a pé até um acampamento no Sudão, país que faz fronteira com a Etiópia. Muitos deles não aguentaram a longa jornada, estavam muito fracos e debilitados devido à miséria que enfrentavam na Etiópia. Os que conseguiram chegar ao acampamento foram transportados pela Marinha e a Força Aérea Israelense. 
Operação Salomão
Em maio de 1991, o então embaixador de Israel na Etiópia, Asher Naim, quis dar continuidade à Operação Moisés. Ele foi o idealizador da Operação Salomão, que salvou mais de 14 mil judeus etíopes da guerra civil que assolava o país. Naquela operação, um avião com capacidade para 760 passageiros, transportou 1.087, devido ao leve peso dos etíopes. O episódio entrou para o livro dos recordes, e, durante este voo, dois bebês nasceram.

Gravura mostrando o encontro do rei Salomão e a rainha de Sabá na Capela dos Cristãos Etíopes,Jerusalém
Adaptação a uma cultura diferente
Israel foi o único país do mundo que retirou negros da África para transformá-los em verdadeiros cidadãos, e não para escravizá-los. Projetos pedagógicos foram especialmente desenvolvidos para facilitar a integração das crianças etíopes na comunidade israelense.
Grande parte deles nunca havia tido contato com uma civilização aos moldes ocidentais. A maioria pertencia a alguma tribo africana. Muitos nunca haviam sentado em uma cadeira ou sequer calçado um sapato.

Atualmente, a comunidade etíope em Israel conta com aproximadamente  100 mil habitantes, a maioria já nascida em solo israelense. Pode-se dizer que já estão bem adaptados, e para isso, contam com bairros próprios, com lojas e restaurantes etíopes.

Prato tradicional etíope servido em restaurante kasher de Tel Aviv - a base e os rolinhos que parecem toalhas são o pão etíope, que tem textura de uma esponja

Nenhum comentário:

Postar um comentário