domingo, 15 de julho de 2012

Costumes da Bíblia - O divórcio

A separação oficial estava sujeita a algumas condições nos tempos bíblicos


Havia a possibilidade do fim de um casamento nos tempos da Bíblia. Não com a facilidade de hoje em dia, em sociedades como a brasileira. Algumas condições deveriam existir para que uma união terminasse em divórcio.
O homem podia divorciar-se da mulher caso encontrasse nela “coisa indecente”.

“Quando um homem tomar uma mulher e se casar com ela, então será que, se não achar graça em seus olhos, por nela encontrar coisa indecente, far-lhe-á uma carta de repúdio, e lha dará na sua mão, e a despedirá da sua casa.”
Deuteronômio 24:1

Essa lei era interpretada de diferentes modos pelos advogados judeus. Avaliavam se havia mesmo algum comportamento não recomendável por parte da esposa antes de a decisão ser oficial. Os escribas seguidores da escola de Shammai, já nos dias de Jesus, defendiam que a “coisa indecente” poderia ser má conduta sexual (se não satisfizesse o marido, por exemplo) ou adultério. Já os doutores da lei da linha de Hillel eram mais rigorosos: caso a mulher cozinhasse muito mal ou deixasse o alimento estragar era conduta suficiente para o fim do casamento.
Em qualquer dos dois casos, o homem tinha de dar uma “carta de divórcio”, documento que, oficializado, anulava o contrato de casamento. Em outras culturas, bastava ao marido avisar à esposa que o casamento acabara.
Na carta de divórcio dos judeus havia cláusulas que permitiam à mulher casar-se novamente (Deuteronômio 24:1-2). Entretanto, se ela se casasse com outro homem e este viesse a falecer, ou ele também se divorciasse dela, não era permitido a ela casar-se novamente com o marido anterior, pois outro homem já havia tocado nela, o que a tornava “contaminada” (Deuteronômio 24:3-4). Mas se ela se separasse do primeiro marido e não se casasse de novo, ambos podiam reatar.
O estupro já era crime. Em alguns casos, o estuprador era obrigado a casar-se com a vítima – a virgindade era virtude importante para uma solteira, que não podia ser “roubada” dela por um violador. O mesmo acontecia se o casal realizasse o ato sexual sem estar casado. Em ambos os casos, não era permitido ao marido divorciar-se da esposa (Deuteronômio 22:28-29).
Como havia a possibilidade de um homem pedir o divórcio se descobrisse que a esposa não era virgem, alguns podiam mentir sobre isso. Podia acontecer de o homem desposar a moça, desvirginá-la e mentir, dizendo que ela já havia se casado “impura”. Se a farsa fosse descoberta, o autor era obrigado a permanecer casado, sem o direito ao divórcio (Deuteronômio 22:13-19).
Embora tais exceções estivessem previstas em lei, era bem enfatizado ao povo judeu que Deus não via o adultério e o divórcio com bons olhos:

“E não fez ele somente um, ainda que lhe sobrava o espírito? E por que somente um? Ele buscava uma descendência para Deus. Portanto guardai-vos em vosso espírito, e ninguém seja infiel para com a mulher da sua mocidade. 

Porque o SENHOR, o Deus de Israel diz que odeia o repúdio, e aquele que encobre a violência com a sua roupa, diz o SENHOR dos Exércitos; portanto guardai-vos em vosso espírito, e não sejais desleais.”

Malaquias 2:15-16

No Novo Testamento, Jesus confirma que a união feita pelo Senhor não deveria ser desrespeitada pelo ser humano:

“Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.”
 Mateus 19:6
A lei não permitia que uma mulher pedisse o divórcio.

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