quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Igreja: Ministério ou negócio?

O jornalista Hélio Schwartsman, da Folha de São Paulo, publicou no dia 19 de fevereiro um artigo no jornal falando sobre a facilidade de se abrir uma instituição religiosa no Brasil e comparou com a burocracia para se abrir uma empresa.
Com o título de “Contraste Chocante” a matéria realmente choca: são 119 dias para se abrir uma empresa precisando passar por 13 procedimentos. Já para abrir uma igreja são apenas cinco. O contraste também choca em relação aos valores. São R$2.038,00 para empresa e apenas R$418,00 para igrejas.
Tal informação foi publicada na hora certa, uma vez que  a redação do Gospel Prime está levantando a questão da divisão de igrejas, uma prática bastante comum nos últimos anos. Além dos motivos que já falados na primeira reportagem da série podemos contar agora com esse novo dado que é a facilidade de se abrir uma instituição religiosa.
Um pastor, bispo, apóstolo ou qualquer outra pessoa interessada nesse “negócio” pode abrir uma nova denominação em apenas cinco dias, não consecutivos como explica o jornalista da Folha, e com R$418,00 consegue abrir uma conta bancária livre de impostos.
Mas afinal, a Igreja é um ministério ou uma empresa? As pessoas que abrem novas denominações estão interessadas na lucratividade que vai receber ou na salvação de vidas e propagação do evangelho?
É difícil responder essas perguntas, uma vez que não podemos comparar cada líder religioso e nem podemos conhecer suas reais intenções, mas como mostra o site Morte Súbita as facilidades das leis brasileiras ajudam e muito o surgimento de novos “picaretas da fé”.
Mas como bem lembra o pastor Armando Taranto Neto hoje às atividades eclesiásticas não são procuradas por pessoas que desejam ter uma vida simples, dependendo da generosidade da igreja e da graça de Deus, mas por pessoas gananciosas que enxergam no ministério uma forma enriquecimento financeiro.
E não é só isso, as metas de muitas dessas novas igrejas não se refere ao número de conversões.
“Hoje o dirigente de uma congregação não é avaliado pelas vidas que foram transformadas ou resgatadas do sub mundo das drogas ou crime e nem pela quantidade de almas que consegue agregar ao seu rebanho, mas sim pelo capital que é levantado esfolando e ludibriando as ovelhas”, disse o pastor da Assembleia de Deus de Mutuá, Rio de Janeiro.
Afinal, o que é a Igreja?

Nenhum comentário:

Postar um comentário