sábado, 6 de março de 2010

Conversão de líder do Hamas ainda é polêmica

Em 2007, Mosab Hassan Yousef se converteu ao cristianismo e se mudou para os Estados Unidos.
Desde então, ele se dedicou a escrever o livro Son of Hamas ("Filho do Hamas," em tradução literal), que deve ser publicado nos Estados Unidos em breve.
"Ele, como centenas de outros que lutam contra o terror, forneceu informações muito importantes", disse Gideon Ezra, ex-vice-diretor do Shin Bet, que atualmente atua como parlamentar no Knesset pelo partido Kadima.
Ezra disse que o filho do xeque Hassan Yousef foi convencido a dar informações a Israel quando ele próprio cumpria pena de prisão.
O líder do Hamas Ismail Radwan afirmou que a reportagem do Haaretz é uma "difamação infundada" para atingir o pai de Yousef.
"O povo palestino tem grande confiança no Hamas e na sua luta e não vai ser enganado por essa difamação e essas mentiras sobre a ocupação de Israel", disse Radwan à agência de notícias AFP.
O jornalista do Haaretz que assinou a reportagem, Avi Issacharoff, afirmou na quarta-feira à BBC que, por ora, Yousef não está interessado em dar outras entrevistas.
Em 2008, a conversão de Yousef ao cristianismo chocou muitos muçulmanos na Faixa de Gaza. Ele foi muito criticado por sua apostasia (abandono da fé).

Fonte confiável

Mosab Hassan Yousef era considerado a fonte mais confiável do Shin Bet sobre a liderança do Hamas, o que lhe valeu o apelido de "príncipe verde", em referência à cor da bandeira do grupo e ao parentesco com um dos fundadores do movimento, segundo o Haaretz.
Um dos contatos israelenses do suposto espião afirmou ao jornal israelense que ele teria salvado muitas vidas e que apenas uma de suas informações teria valido "mil horas de reflexão dos maiores especialistas".
"A coisa mais extraordinária é que nenhuma das ações dele foi motivada por dinheiro", disse o agente, identificado no livro como "capitão Loai".
Na entrevista telefônica ao jornal, o próprio Yousef parece estar entusiasmado com a luta de Israel contra o Hamas.
"Queria estar em Gaza agora", teria dito Yousef, da Califórnia. "Eu vestiria um uniforme do Exército e me juntaria às forças especiais de Israel para libertar Gilad Shalit (refém israelense sob poder do Hamas)."
Gideon Ezra afirma que, para Israel, não é fácil se infiltrar no Hamas, mas que o país "faz o melhor que pode".
De acordo com Ezra, Israel não tem escolha a não ser cooptar militantes palestinos para evitar ataques. Ele afirma, entretanto, que a situação da segurança na Cisjordânia melhorou sob o controle da Autoridade Palestina, do ponto de vista israelense.
O parlamentar diz ainda que há muitos motivos para palestinos aceitarem atuar como informantes.
"Depende de cada pessoa. Você não pode forçá-los com ameaças. Se eles não quiserem, não há como forçá-los."

Fonte: Estadão

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